Batizada “evitação” na edição III-R da classificação americana (DSM-III-R: Distúrbio de evitação), preferimos conservar o termo TIMIDEZ. Aparece no DSM- IV com os subtipos “inibido” e “desinibido” do “distúrbio de apego defeituoso da criança”.
A timidez pode ser definida como o desconforto e a inibição em situações de interação pessoal, que interferem na realização dos objetivos particulares e profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. A timidez aflora geralmente (mas não exclusivamente) em situações de confronto com a autoridade, interação com pessoas do sexo oposto, contato com estranhos e à fala diante de grupos. A timidez é um padrão de comportamento em que a pessoa não exprime - ou exprime pouco - seus pensamentos e sentimentos, e não interage ativamente. Embora não comprometa de forma significativa a realização pessoal, constitui-se em fator de empobrecimento da qualidade de vida.
A timidez é uma característica da personalidade. Em algumas pessoas, ela é mais acentuada; em outras, só aparece em momentos em que é necessário se expor. É considerada natural quando a criança ou adolescente é exposto a uma situação onde será avaliado, observado, ao fazer algo pela primeira vez, e se sente inseguro. É a famosa “vergonha”. Já a timidez em excesso impede a criança ou adolescente de realizar alguma tarefa - como apresentar um trabalho em sala de aula, participar de uma peça de teatro ou obter uma informação – e se relacionar com outras pessoas. A timidez é prejudicial quando passa a ser uma barreira, um empecilho para a realização de conquistas e resoluções de problemas.
Todos os graus de timidez podem ser vistos no comportamento. Existem, assim, crianças sempre calmas, facilmente submissas, agindo de modo que nunca se fale delas, qualificadas habitualmente de muito obedientes, mas que conservam, no entanto, uma possibilidade de contato com as outras crianças: brincam ou trabalham com prazer.
Podem-se encontrar mais importantes: crianças sempre isoladas que não ousam, apesar de seu desejo por vezes confesso, aproximar se dos outros, tanto dos adultos quanto das crianças: não brincam no pátio da escola, permanecem em casa durante os dias de folga, recusam atividades de grupo (pré-forma de fobia social). Sua atitude é, por vezes, contrastadas com seu próprio meio , onde podem, em um contexto protegido, mostrar-se autoritárias e dominadoras.
No ponto máximo, encontra-se realizado o quadro do mutismo extrafamiliar. Na maioria dos casos, a família fala de timidez simples que, quando se torna demasiadamente importante, pode entravar os processos de socialização da criança, de onde vem o termo de fobia social. Esta ocorre quando o tímido já nem consegue exercer suas atividades rotineiras por simples medo de se expor.
A timidez pode igualmente afetar o corpo da criança: pouco móvel, pouco ativo, mímica pobre. Chegando até a inabilidade gestual, até mesmo de verdadeiras dispraxias que nada mais fazem do que agravar o círculo vicioso da timidez.
“A timidez escolar, em particular, representa um dos motivos mais freqüentes de consulta de crianças entre 8 e 12 anos. A timidez pode afetar todos os setores da vida da criança, tanto as condutas socializadas quanto as mentalizadas. A timidez reflete na apenas a tendência comportamental (retraimento, evitação das relações sociais), mas também a tendência intrapsíquica( branco de memória, capacidade de pensar...)” (MARCELLI. p.240)
NA ESCOLA
Marta Braga, orientadora de Educação Infantil do Colégio Andrews, do Rio de Janeiro, numa entrevista dada para o site www.bolsademulher.com.br, no dia 27/08/2005, comenta que são várias as causas que levam ao excesso de timidez, mas a mais freqüente é o alto nível de exigência consigo mesmo. “Essas crianças sentem um grande medo de desagradar ao outro”, ressalta. Ela conta que, no ambiente escolar, não é difícil notar os excessivamente tímidos. “Eles falam pouco, em voz baixa, fazem poucos amigos e não participam dos momentos coletivos”, descreve a orientadora.
Outra orientadora do mesmo colégio, Eneida Balthazar, atenta para o fato de que crianças tímidas demais podem ter o rendimento escolar prejudicado devido ao seu comportamento. “Isso pode acontecer, na medida em que elas não mostram o que sabem nem solicitam o auxílio dos adultos”, afirma. É aí que entra um trabalho todo especial dos pais e professores, que devem agir em conjunto para ajudar a criança a superar o problema. “Há uma preocupação da escola em favorecer o processo de construção de identidade e autonomia. É preciso que cada criança seja respeitada na sua singularidade. Nós orientamos os pais a incentivar o convívio com crianças fora da escola e que não cobrem o tempo todo a mudança desse comportamento. Já os professores devem incentivar a participação da criança, inicialmente em pequenos grupos, e tentar aproximá-la dos colegas nas brincadeiras de pátio. Em alguns casos é necessária a indicação de uma terapia”, diz Eneida.
DIÁLOGO, UM SANTO REMÉDIO
”Em casa, o primeiro passo para a melhora da criança é incentivá-la a falar. Deixar que ela conte o que sente e pensa às pessoas em quem ela mais confia: os pais. A criança precisa perceber que possui o direito de pensar, arriscar, tentar atingir seus objetivos. E o melhor lugar para fazer isso é o ambiente familiar, que deverá ajudá-la a melhorar sua auto-estima, transmitindo segurança e confiança. Quando os pais tiverem que dar orientação sobre algo, devem fazer sempre um reforço positivo ou um elogio. Depois, sim, devem falar a respeito de algo que desejam passar para o filho. A timidez em excesso é um problema que tem tratamento, mas que envolve não só a criança ou o adolescente, como também a participação dos pais e a parceria da escola.” (MOCELLIN, Anna, 2005)
REFERÊNCIAS
MARCELLI, D. Manual de psicopatologia da infância de Ajuriaguerra. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Site: E:\Timidez infantil - Bolsa de Mulher.mht
A timidez pode ser definida como o desconforto e a inibição em situações de interação pessoal, que interferem na realização dos objetivos particulares e profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. A timidez aflora geralmente (mas não exclusivamente) em situações de confronto com a autoridade, interação com pessoas do sexo oposto, contato com estranhos e à fala diante de grupos. A timidez é um padrão de comportamento em que a pessoa não exprime - ou exprime pouco - seus pensamentos e sentimentos, e não interage ativamente. Embora não comprometa de forma significativa a realização pessoal, constitui-se em fator de empobrecimento da qualidade de vida.
A timidez é uma característica da personalidade. Em algumas pessoas, ela é mais acentuada; em outras, só aparece em momentos em que é necessário se expor. É considerada natural quando a criança ou adolescente é exposto a uma situação onde será avaliado, observado, ao fazer algo pela primeira vez, e se sente inseguro. É a famosa “vergonha”. Já a timidez em excesso impede a criança ou adolescente de realizar alguma tarefa - como apresentar um trabalho em sala de aula, participar de uma peça de teatro ou obter uma informação – e se relacionar com outras pessoas. A timidez é prejudicial quando passa a ser uma barreira, um empecilho para a realização de conquistas e resoluções de problemas.
Todos os graus de timidez podem ser vistos no comportamento. Existem, assim, crianças sempre calmas, facilmente submissas, agindo de modo que nunca se fale delas, qualificadas habitualmente de muito obedientes, mas que conservam, no entanto, uma possibilidade de contato com as outras crianças: brincam ou trabalham com prazer.
Podem-se encontrar mais importantes: crianças sempre isoladas que não ousam, apesar de seu desejo por vezes confesso, aproximar se dos outros, tanto dos adultos quanto das crianças: não brincam no pátio da escola, permanecem em casa durante os dias de folga, recusam atividades de grupo (pré-forma de fobia social). Sua atitude é, por vezes, contrastadas com seu próprio meio , onde podem, em um contexto protegido, mostrar-se autoritárias e dominadoras.
No ponto máximo, encontra-se realizado o quadro do mutismo extrafamiliar. Na maioria dos casos, a família fala de timidez simples que, quando se torna demasiadamente importante, pode entravar os processos de socialização da criança, de onde vem o termo de fobia social. Esta ocorre quando o tímido já nem consegue exercer suas atividades rotineiras por simples medo de se expor.
A timidez pode igualmente afetar o corpo da criança: pouco móvel, pouco ativo, mímica pobre. Chegando até a inabilidade gestual, até mesmo de verdadeiras dispraxias que nada mais fazem do que agravar o círculo vicioso da timidez.
“A timidez escolar, em particular, representa um dos motivos mais freqüentes de consulta de crianças entre 8 e 12 anos. A timidez pode afetar todos os setores da vida da criança, tanto as condutas socializadas quanto as mentalizadas. A timidez reflete na apenas a tendência comportamental (retraimento, evitação das relações sociais), mas também a tendência intrapsíquica( branco de memória, capacidade de pensar...)” (MARCELLI. p.240)
NA ESCOLA
Marta Braga, orientadora de Educação Infantil do Colégio Andrews, do Rio de Janeiro, numa entrevista dada para o site www.bolsademulher.com.br, no dia 27/08/2005, comenta que são várias as causas que levam ao excesso de timidez, mas a mais freqüente é o alto nível de exigência consigo mesmo. “Essas crianças sentem um grande medo de desagradar ao outro”, ressalta. Ela conta que, no ambiente escolar, não é difícil notar os excessivamente tímidos. “Eles falam pouco, em voz baixa, fazem poucos amigos e não participam dos momentos coletivos”, descreve a orientadora.
Outra orientadora do mesmo colégio, Eneida Balthazar, atenta para o fato de que crianças tímidas demais podem ter o rendimento escolar prejudicado devido ao seu comportamento. “Isso pode acontecer, na medida em que elas não mostram o que sabem nem solicitam o auxílio dos adultos”, afirma. É aí que entra um trabalho todo especial dos pais e professores, que devem agir em conjunto para ajudar a criança a superar o problema. “Há uma preocupação da escola em favorecer o processo de construção de identidade e autonomia. É preciso que cada criança seja respeitada na sua singularidade. Nós orientamos os pais a incentivar o convívio com crianças fora da escola e que não cobrem o tempo todo a mudança desse comportamento. Já os professores devem incentivar a participação da criança, inicialmente em pequenos grupos, e tentar aproximá-la dos colegas nas brincadeiras de pátio. Em alguns casos é necessária a indicação de uma terapia”, diz Eneida.
DIÁLOGO, UM SANTO REMÉDIO
”Em casa, o primeiro passo para a melhora da criança é incentivá-la a falar. Deixar que ela conte o que sente e pensa às pessoas em quem ela mais confia: os pais. A criança precisa perceber que possui o direito de pensar, arriscar, tentar atingir seus objetivos. E o melhor lugar para fazer isso é o ambiente familiar, que deverá ajudá-la a melhorar sua auto-estima, transmitindo segurança e confiança. Quando os pais tiverem que dar orientação sobre algo, devem fazer sempre um reforço positivo ou um elogio. Depois, sim, devem falar a respeito de algo que desejam passar para o filho. A timidez em excesso é um problema que tem tratamento, mas que envolve não só a criança ou o adolescente, como também a participação dos pais e a parceria da escola.” (MOCELLIN, Anna, 2005)
REFERÊNCIAS
MARCELLI, D. Manual de psicopatologia da infância de Ajuriaguerra. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Site: E:\Timidez infantil - Bolsa de Mulher.mht